No ato, a ficha se recusou a cair (e até agora não caiu). A
vontade de chorar foi inevitável, e após pegar mais alguns minutos no cochilo,
acordei e pensei: ufa, não passou de um sonho. Entrei novamente no twitter, e
não, não era um pesadelo, era real. O cara que me ensinou a nunca desistir, nem
ganhar nem perder, mas procurar evoluir havia perdido sua última, e talvez
principal batalha contra a depressão.
A depressão derrubou mais um gigante no mundo da música. Me
lembro perfeitamente de ainda pivete, ter escutado o “Transpiração Contínua
Prolongada” e a partir dali, ter virado um fã incondicional dos loucos do
Charlie Brown Jr. Chorão e sua banda, foram capazes de criar melodias que se
encaixaram em TODOS (eu disse todos) os principais momentos da minha vida. Quem
já ouviu “Só por uma noite” num momento de “amor não correspondido”, “Senhor do
Tempo” nos momentos de reflexão ou dedicou “Ela vai voltar (Todos os defeitos
de uma mulher perfeita).” pra namorada, sabe do que eu estou falando.
Ao longo dos anos, aprendi com o senhor Alexandre Magno, que
quem não respeita o pai não respeita ninguém porque um homem de verdade vai ser
pai também. Aprendi que quando você luta de verdade pela mulher da sua vida,
você pode até não conhecer todas as flores, mas vai mandar todas que puder. Chorão
também me ensinou na adolescência, que o jovem no Brasil nunca é levado a
sério, mas que não se pode parar de lutar, senão não muda. O senhor Alexandre
tinha o apelido de chorão, mas mostrou a todos que nasceu pobre, mas não nasceu
otário e que o segredo do sucesso? Ah, estava no famoso sino dourado.
Andar de skate e ouvir “di sk8 eu vou” era de lei. Não
chorar ouvindo “Como tudo deve ser”? Ficou ainda mais impossível. Junto com o
chorão, provavelmente está decretada a morte da banda que foi sucesso na vida e
na mente de toda uma geração de jovens espalhada por aí.
Queria deixar aqui no blog, minha última homenagem ao cara
que tinha a habilidade de fazer histórias tristes virarem melodia. Ao cara que
era completamente louco, mas um louco consciente. Ao cara que podia não ser o "Senhor do Tempo", mas sabia que ia chover. Ao cara que sabia que vivia num mundo
onde ninguém entendia um sonho, onde ninguém sabia mais amar, mas que mesmo
assim, nunca se esqueceu de lutar pelo que era seu.
Por fim, muito obrigado a você, Alexandre Magno Abrão. Tenho
certeza de que você descansará em paz, afinal, você foi o homem que descobriu
muito antes dos outros, que “É azul a cor da parede da casa de Deus”. Fique ao
lado Dele, e aproveite bastante, afinal, como eu li por aí, esse CÉU AZUL, agora é todo seu.
Obrigado. Obrigado. Obrigado.
Guilherme Olimpio
Um dos discursos mais fodas do chorão.
Um dos discursos mais fodas do chorão.
Obs.: Morre mais um homem, nasce mais uma lenda. #ChorãoEterno.
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