segunda-feira, 4 de março de 2013

A dose certa!


     Graças a insana rotina do Gui, ganhei uma semana de descanso, que, aliás, não rejeitei. Aproveitei este tempo pra reavaliar as groselhas que venho postando aqui semanalmente e que você, não sei porque raios de motivo, lê. E, cá entre nós, te desafio a conseguir aproveitar alguma coisa do último texto que escrevi. Enfim, ao contrário do meu companheiro, meus dias ultimamente tem se resumido basicamente ao tédio e ao ócio. E esses contrastes de cansaço de Guilherme e ócio de Vinícius, do muito e do pouco, me fez pensar sobre o equilíbrio. No equilíbrio que vivemos a procura, mas que dificilmente encontramos sem saber se quer o seu porquê.

      O exagero faz parte da nossa natureza, é inegável isso. Queremos cada vez mais, mais e mais. Nunca estamos satisfeitos com o que temos. Criamos expectativas com um futuro melhor, com um futuro mais feliz, e esquecemos completamente de viver o hoje, o agora. Nossa mente está restrita a imaginação do futuro. Nossa mente está presa a memórias do passado. Nós, seres humanos, somos seres extremamente contraditórios, e até patéticos. Desejamos alcançar algo durante muito tempo, lutamos, fazemos o que tem de ser feito, e, quando conseguimos, o que fazemos!? Ignoramos! "  Ah, eu já consegui mesmo, não quero mais". Queremos e depois não queremos. Não queremos e depois queremos. Queremos e queremos. Não sabemos o que queremos. Não sabemos quem queremos ou quando queremos, mas queremos.

     Qual a razão de tudo isso? Egoísmo! Sim, nós somos egoístas. Sofremos por conta disso. Sofremos porque desejamos demais. Sofremos porque nunca estamos satisfeitos com o que temos. Só vivemos em busca de "mais e mais" sem ao menos saber ao que se resume esse "mais". Nos frustamos com isso. Ao que resume o desejo? Desejo é fonte de angústia, de sofrimento. Desejos são como lamber mel na ponta de uma faca. "  Nossa Vinícius, que papo doido, como assim? Eu em." No começo é doce, é gostoso, você só sente o gosto do mel e nem se conta de que está cortando a língua. Mas com o tempo, quando vai "acabando o mel", você percebe o que sempre houve, desde o início, e desfruta apenas o gosto amargo do sangue. (  "Nooossa, que brisa". É, é uma brisa, mas metaforicamente é isso o que acontece). Que fique claro que quando me refiro ao sofrimento não o determino como forma absoluta. Me refiro ao sofrimento que causamos a nós mesmo por simples influência do ego.


   Nos falta sabedoria! Nos falta sabedoria pra solucionar problemas desnecessários e que nós mesmos criamos. Não encontramos o equilíbrio simplesmente porque não estamos a sua procura. Se reclamamos demais, comemos demais, "bebemos" demais é porque nos apegamos a falsas convicções  e temos medo de encarar a realidade tal como ela é. Temos de parar de preencher o vazio com o que é mais vazio ainda. É aí que está a chave do problema.
  
      Você já tirou um tempo do seu dia pra conversar com sigo mesmo? Um tempo pra tentar entender o porque das suas angústias, dos seus vícios e o porque de tanto exagero? Você acredita que conhece a si mesmo? Aliás, quem é você? Quem é realmente você e quem você acha que realmente é? Tenho a plena convicção de que o seu "eu" só irá aparecer diante da seguinte circunstância: quando você se encontrar sozinho(a). Não que sejamos falsos quando estamos com outras pessoas, não é isso. Se trata de mera questão de que, ao estar com os outros, encontramos um ambiente de refúgio e fingimos que "tal problema não está lá". 

      Se conheça! Entenda o porque de cada pedra que está no seu caminho e saiba que, sem dúvida, você mesmo é a sua maior pedra. Para encontrarmos o equilíbrio precisamos nos desapegar de ideias fúteis e que de nada tendem a acrescentar em nossas vidas. Não crie expectativas sobre o seu futuro, isso só irá te pressionar e te desviar do presente. Não crie expectativas! Expectativa só gera frustração. Fixe apenas no hoje, de o seu melhor, faça a sua parte que o amanhã será apenas consequência. Valorize o que é seu. Valorize o seu conhecimento, ele é seu, ninguém pode te tirar. Se valorize, acredite em você. Valorize as pessoas que estão ao seu redor, a sua família, seus amigos. Valorize quem você ama e quem te ama. Mas valorize hoje, porque amanhã pode ser tarde demais. Tenha sabedoria pra saber administrar a dose, tanto do que você está pensando como também com todo o resto. Equilíbrio, equilíbrio. Nunca se esqueça que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose...


V inícius Fernandes


OBS.: Hoje o texto foi mais brisado do que tudo, eu sei. Mas que fique aí mais perguntas sem respostas...
Boa noite, boa semana e boas conversas com o espelho.
Isso é tudo pessoal!
 




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