segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

"Não vejo mais o tempo que passou."

   Na segunda-feira passada acordei diferente. Acordei diferente por não ter acordado as seis horas da manhã. Acordei diferente por não ouvir a música tema de "Rocky Balboa" no despertador, por não precisar mais arrumar a mochila, vestir uma calça azul junto com uma camiseta branca e uma blusa "like a High School Musical". Acordei sabendo que não que não iria mais ver pessoas que  gosto, pessoas que não gostam de mim, e pessoas que gosto e finjo não gostar por mera questão de teatro. O tempo é cruel, o tempo não perdoa. E, quando você menos espera ele passa e leva consigo momentos, épocas, sonhos, risos, problemas e pessoas.

   Pra compartilhar minha indignação com o tempo já vou dizendo que, sinceramente, não acredito que já estamos em fevereiro. Puta que o pariu! Parece que foi ontem que gritei "Feliz ano novo!" e já se passou um mês? "Não, não é possível". Não satisfeito, parece que foi ontem que me formei no ensino fundamental e estava todo feliz porque iria encarar o ensino médio pela frente. Só que esses três anos já se passaram. E passaram da mesma forma que se passam três meses. Toda essa minha revolta com o tempo me fez pensar na seguinte pergunta: O que será que nunca mais vai acontecer de novo?

   Nunca mais! Ta aí uma expressão forte. Se a palavra "nunca" sozinha já é sólida, quando fundida com o "mais" fica ainda mais difícil de imaginar. Uma vez me disseram que nunca é uma palavra que nunca deve ser dita. Mas o tempo só me fez entender que, de fato, existem coisas que nunca mais irão voltar. Sei que nunca mais vou vestir um uniforme de colégio. Sei que nunca mais vou ter "companheiros de estudo" como já tive. É tanto "nunca mais" nessa minha vida que é melhor nem prolongar o assunto. 


   Agora chega de falar de mim e vamos falar de você. Isso mesmo, de você. Vamos jogar! Eu te faço uma pergunta e você responde. E se não estiver satisfeito(a) sobre o assunto, você mesmo elabora as novas perguntas e, claro, você mesmo responde. "Será que nunca mais você vai viver aquilo de novo?" "Será que nunca mais será melhor do que já foi?" "Será que nunca mais vocês vão se ver?" "Será que nunca mais irá gostar de alguém igual já gostou dele(a)?" Pronto, está ótimo, quatro perguntas são suficientes pra refletir. E ai, já respondeu, ou está tentando enganar a si mesmo? 

   Mistério, dúvidas, incertezas. Não temos bola de cristal. O futuro é um ponto de interrogação (?) pra todos nós. Ele não escolhe o pobre nem o rico, não escolhe quem é feio ou bonito. Ele é simplesmente o mesmo. Só que, mesmo assim, a gente pode abstrair alguma coisa sobre o futuro, por mais incerto que ele seja. Nunca se esqueça de que o  amanhã é uma consequência do que é feito hoje. Então, ao criticar, questionar ou aceitar o "nunca mais", tenha em mente que existem sim coisas que nunca mais voltam(por que, é obvio, não existe tempo com "sinal negativo"), mas que depende só de você fazer com que um "nunca mais" se torne um "mais uma vez". Só depende de você levantar essa bunda peluda da cadeira, da cama ou desse sofá, e correr atrás do que quer. E assim fazer com que o "nunca mais" possa voltar.  De uma forma diferente, é claro, mas que essa diferença seja apenas um divisor do tempo e não um divisor de melhor ou pior. A felicidade de ontem não é diferente da de amanhã. Felicidade é felicidade. O tempo é apenas um divisor de fases.

   Não é segredo pra ninguém que o tempo deixa saudades, tanto pra você quanto pra mim. Pense aí do que é que você sente falta. Eu, por exemplo, sinto falta da minha infância. Sinto falta de quando a minha única preocupação era arrumar alguém pra culpar pelo vaso que jazia quebrado na sala. Sinto falta de acordar as seis da manhã, vestir um uniforme e dar uma "piscadinha" pra certas pessoas no colégio. Sinto falta de dormir na aula de religião e depois ficar chorando por causa de nota. Sinto falta de xavecar os inspetores e o querido Richard (coordenador) pra não ganhar advertência. Sinto falta da rivalidade com a sala do lado. Sinto falta de você! Sinto falta de vocês e de todo tempo que passou, mas que é eterno em nossas lembranças.


V inícius Fernandes


OBS.: O tempo cura, o tempo feri. O tempo vai, o tempo vem. O tempo desenha, o tempo apaga. O tempo começa, o tempo termina. O tempo chora, o tempo ri. O tempo nasce, o tempo morre. O tempo é frio, o tempo é quente.
O tempo é foda...

Boa noite e boa semana pra todos ;)

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