É tão bom, tão gostoso, tão confortável, não ter nada pra
fazer. Não ter obrigações, não que cumprir deveres, não ter que ser submetido a
qualquer tipo de pressão. E assim somente ter todo o tempo do mundo pra fazer,
ou melhor, não fazer, nada. Seja lá o que for, seja dormir, curtir a preguiça,
relaxar, jogar videogame, navegar na internet ou assistir um filme, fato é que
todos nós apreciamos dessa “arte” de não fazer nada.
Pra toda ação existe uma reação. A mesma preguiça que nos
trás “prazer” é a mesma preguiça que nos faz mal, um mal bem maior que o
“ilusório” prazer. Mas e ai, e quando não percebemos quão mal o ócio nos faz? Pois é, é justamente isso o que mais acontece.
Ócio,
ócio. Alguém sabe o que esse troço significa? Vamos lá, vamos defini-lo. Ócio é uma palavra que vem do latim, que traduzindo para nosso lindo e maravilhoso português, significa,
resumidamente, “não fazer nada”. Ócio seria dormir na rede, observar a
lua, jogar conversa fora, sei lá, pense aí no que seria ócio pra você. Bom, vim aqui falar da arte do ócio, e de sua antítese: o ócio, o ócio comum. Certo que há uma
enorme diferença entre a “arte de não fazer nada” e simplesmente “não fazer nada”.
Um
escritor precisa descansar um pouco, relaxar a mente pra depois poder trabalhar
suas ideias e escrever. Um músico, um poeta, um ator, todos precisam vivenciar
o ócio pra depois concretizem o seu trabalho. Pra nós, meros adolescentes, que
ainda não somos nada na vida, seria interromper a rotina de estudos, trabalhos, e
descansar um pouco pra depois poder voltar aos nossos deveres. Isso sim seria desfrutar positivamente do ócio, da “arte” de não fazer.
Na real,
a gente, eu e você, quase não desfrutamos dessa arte. É muito mais frequente
apenas “não fazermos nada”. Fico me perguntando quanto tempo perdi da minha vida
entrando, excessivamente, no Facebook. Prometo pra mim mesmo que só vou dar uma
olhadinha, ver as notificações e depois sair pra poder fazer minhas tarefas.
Mentira! Isso fica só na minha cabeça mesmo. Quando paro pra ver, percebo que se passaram horas e eu ainda
estou mexendo no computador. Fazendo o que? Fazendo nada! É assim com vocês
também?
Fiquei pensando numa
possível resposta que explique essa coisa que é tão comum no nosso dia-dia.
Cheguei à conclusão que somos apegados ao conforto que essas fontes nos trazem.
Vou explicar melhor. Quando a gente mexe no computador, fuça no celular, ou
assiste televisão, enfim, entramos no “piloto automático”, ou seja, não
pensamos, não utilizamos nosso raciocínio e ficamos na “zona de conforto”. E o
que é que o ser-humano mais gosta? Conforto, é disso que mais gostamos. Afinal,
pensar cansa não é!? E é por isso que quando vamos fazer alguma tarefa, principalmente
estudar, é visível a falta de concentração que nós temos. Acostumamos
a não pensar, a apenas seguir os instintos e fazer o que não exige esforço. E
quando precisamos pensar, pra resolver um exercício de uma prova, por exemplo,
nos sentimos impacientes, desgastados, querendo que tudo acabe o mais rápido
possível. Hum, aposto que isso acontece contigo.
Ficamos presos a isso, e o engraçado é que nem sabemos
que estamos presos. Falar disso seria, mais ou menos, falar sobre a Alegoria da Caverna de Platão, na qual
exemplifica que os seres-humanos se acostumam a não questionar o porquê das
coisas, a não se questionarem. E assim vivem a vida na base do comodismo. Vivem basicamente no "tá bom do jeito que tá?", manja?
Isso
está muito nítido pra mim agora. E só eu sei o quanto me arrependo de todo esse
tempo que perdi fazendo absolutamente nada. Agora, aos quarenta e cinco do
segundo tempo, decidi estudar. Estudar pra valer, estudar de verdade. Pra
ser sincero conheci o significado prático da palavra estudar agora. Tudo isso
porque fiquei acomodado, levando tudo nas coxas e fazendo apenas o que não
exigia o meu esforço e a minha atenção. Chega de falar de mim. Vim aqui pra
dizer pra vocês dosarem um pouco a quantidade de tempo que passam na internet,
no celular, no Ipod, ou em qualquer outra coisa que te limita e que te “prenda”.
Só pra fechar o texto, que aliás
acabei falando demais, parem um pouco pra pensar no que ficar horas no
Facebook vai agregar na sua vida, no que "stalkear" o Twitter daquela pessoa que você diz que tanto odeia vai acrescentar no seu dia . Use sua cabeça, pense, reflita, se esforce, seja
diferente em alguma coisa. Não se limite apenas a fazer o que é comum, a fazer
o que é mais fácil. Inove, crie, e, por favor, pare de usar seu precioso tempo
pra fazer o não fazer, se é que você me entende...
Vinícius Fernandes
Dica : pensem como a prática de esportes pode contribuir na formação de um indivíduo. "Ué, isso ta parecendo tema de redação Vinícius?"
A observação final seria inteligente se colocada no inicio do texto, não no final. Seria um alerta que economizaria tempo. Vá em editar, e faça isso, pelo bem dos próximos leitores.
ResponderExcluirAbraço!